A ideia de que podemos criar algo inteiramente original é tão fascinante quanto enganosa. Todavia, o digital e a Internet têm trazido tantas mudanças ao nosso cotidiano, que talvez contribuam não só para a continuidade da crença no novo, como para o surgimento de novas utopias, como as que inspiraram Kasimir Malevich, Le Corbusier e os Novos Baianos. A Galeria Transparente resulta de processos e sentimentos bem “convencionais”, por exemplo, da Colagem, da coautoria e da generosidade. Mas intuitivamente reconheço que ela também aponta para novas direções, cuja especificidade ainda me seja difícil de definir (justamente porque intuições não o seriam se não fossem vagas). Bem, o que podemos afirmar é que a Galeria Transparente não é um “cubo branco”. E se ela combina elementos tradicionais para gerar algo ainda pouco testado, não deve repetir métodos padronizados em sua curadoria. É como se estivéssemos todos (artistas, curador e público) recomeçando juntos num ambiente ainda recém-nascido (o virtual, a Internet, a própria GT). E assim estaríamos partindo, todos juntos, mais ou menos do zero.
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