Uma exposição que discuta "materialidade" deve ser uma exposição que utilize os mais variados suportes. A Galeria Transparente na Internet só necessita de um único veículo (a tela eletrônica) para chegar ao espectador. Esta interface nada mais é que um display de material transparente energizado por impulsos binários. Ainda que se apresente em diversos formatos, uma tela é sempre a mesma coisa, independente do que seja mostrado nela. A tela em si, como suporte, é uma forma sem nenhum comprometimento com seu conteúdo, um meio totalmente indiferente à sua mensagem. Uma exposição física é o oposto disso. O desejo de totalidade, representada pela pretensão da tela em ser uma janela transparente para o mundo, é então substituída pela fragmentação. A interface única se subdivide em múltiplas facetas que convidam o corpo do espectador a abordá-las de diversas direções. Uma “tela de toque” torna-se um “mundo de toque”. A diversidade de suportes multiplica os riscos e o potencial da presença física.